Maria Flavia

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Professora

“_Professora, você trabalha ou só dá aula”? Me perguntam os alunos geralmente nos primeiros encontros que temos… De início, a pergunta me causava irritação e me soava quase como desrespeito, já que, todo professor (como foram minha mãe e meu avô), têm como uma de suas atribuições, os trabalhos e estudos levados para casa para serem feitos nos fins de semana. 

Um dia, porém, fui iluminada pela etimologia da palavra trabalho: vem do latim tripalium e significa, dentre outras coisas, um objeto de tortura ou a ausência de liberdade. E eu, que redescobri o amor pelo trabalho na docência, vi que os alunos tinham toda razão: Eu não trabalho. Eu só dou aula!

            E a vida de professora me fez descobrir um monte de coisas, de histórias e de colegas bastante peculiares como os PHDeuses, os sarcásticos, os lutadores, os entusiasmados, mas, sobretudo, os que não trabalham no sentido do tripalium, os que amam e buscam realizar-se a partir do propósito ou da causa do processo – as vezes mágico, as vezes doloroso – do  ensino-aprendizagem.  

Por que é isso, não quero romantizar ou supervalorizar o ofício do professor, mas, por meio dele, vemos passar por nós histórias de vida que são de nossos alunos, suas famílias, amores, angústias e descobertas. Por seus olhos, vamos vendo o futuro acontecer. E vivo nessa constante dicotomia dos sentimentos que há em mim: por um lado, a professora envaidecida em ver alunos se formando, produzindo frutos e levando adiante parte da minha história, parte de mim. Por outro, a sensibilidade quase materna de vê-los prontos, maduros, diante de uma das maiores mudanças de suas vidas: a vivência profissional. É… definitivamente, não entrei nessa pra ensinar, mas pra aprender.

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